Francisco, socorro!
Presente em 70% do mercado de refrigerantes no mundo, em mais de 50 países, o Guaraná Antarctica decidiu suspender a exportação do produto para países adversários do Brasil até o final de julho. A ação, considerada uma estratégia de marketing arrojada e inédita, tem o objetivo de “mostrar o quanto nos orgulhamos de ser brasileiros e de estarmos há 15 anos ao lado da Seleção Brasileira e dos torcedores”, segundo o texto do release divulgado à imprensa pela assessoria de imprensa da empresa In Press Porter Novelli. O comercial de TV termina com a frase “Não gostou? Reclama com o Papa” – mas lembra que “melhor não. Ele é argentino”.
Assim, a marca da Ambev – que integra a Inbev, cujos principais controladores são os bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – decidiu sair, por exemplo, das prateleiras e gôndolas dos mercados da Suíça, Costa Rica e Sérvia em nome do patriotismo. Se por acaso, os suíços – para citar somente eles - dessem o troco, o consumidor brasileiro poderia se ver sem, por exemplo, os produtos dos laboratórios Novartis, Sandoz e Roche – com medicamentos vitais para doenças como hipertensão arterial, síndrome do intestino irritável e os males de Alzheimer e de Parkinson. Isso sem falar dos chocolates, joias e relógios. Décima quinta maior economia de exportação do mundo, o país europeu teve, em 2016, saldo de US$ 34,7 bilhões na balança comercial e um PIB de US$ 659 bilhões. Não é um mercado a se desprezar.
Se passar da fase de grupos da Copa, o Brasil vai se confrontar com um dos classificados do grupo F – formado por Alemanha (a economia mais importante da Europa), México (13ª economia do mundo), Suécia (uma das economias que mais crescem no planeta) e Coreia do Sul (a 11ª maior). Considerando que todos estes são importantíssimos parceiros comerciais, a ação estratégica de marketing da Antarctica merece uma reavaliação. Pelo jeito, pouco aprendemos com os 7 x 1 ou com o Papa Francisco.
Segue, na íntegra, o release de imprensa aprovado pela marca:
Guaraná Antarctica mostra em nova campanha o que é capaz de fazer pela Seleção Brasileira
O refrigerante mais brasileiro de todos suspende exportação para países adversários do Brasil até o final de julho. O que é original do Brasil, fica no Brasil, para fortalecer a nossa seleção
O melhor do brasileiro é a sua brasilidade. E, todo mundo sabe, quem nasce por aqui tem um jeito singular, espontâneo e contagiante de torcer e jogar futebol. Com 96 anos de história, o Guaraná Antarctica tem orgulho de sua origem amazônica e de representar o sabor do Brasil pelo mundo. Para reforçar a relação histórica do refrigerante com o país e os torcedores da Seleção Brasileira, de quem é parceiro desde 2002, o Guaraná Antarctica decidiu privar os adversários do sabor e da força do Brasil até julho. Assim nenhum adversário poderá beber da ginga brasuca no período, deixando em território nacional a fórmula e gostinho únicos da fruta típica do Brasil.
“Suspender a exportação do Guaraná é uma forma de mostrar o quanto nos orgulhamos de ser brasileiros e de estar 15 anos ao lado da Seleção Brasileira e dos torcedores. Vamos proteger a nossa “fórmula mágica da brasilidade” dos nossos adversários temporariamente. Esse é o jeito Guaraná de torcer, passar confiança e fortalecer ainda mais o elo entre o refrigerante mais brasileiro de todos, a seleção e os nossos torcedores”, comenta Jaqueline Barsi, gerente de marketing de Guaraná Antarctica.
Para marcar esse anúncio a marca lança campanha nacional para contar para todos os brasileiros essa novidade. As produções revelam pessoas de diferentes nacionalidades bebendo Guaraná Antarctica e incorporando um pouco da ginga brasileira. Na dúvida, a marca interrompe e declara o fim da exportação nesse período. A criação é da agência F/Nazca Saatchi.
Atualmente, o Guaraná Antarctica está presente em 70% do mercado de refrigerantes no mundo, em mais de 50 países, só que nessa ação inédita da companhia, os adversários terão as exportações temporariamente suspensas, até o final de julho.
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