Até a Xuxa queria Jesus!
Refrigerante tradicional, com um legião de fãs e diversas comunidades na internet, o Guaraná Jesus - até então exclusivo do mercado maranhense - ensaia uma ampliação do seu alcance para outras regiões do país com um apelo “premium” – como são chamados produtos mais sofisticados, diferentes do usual - ou mesmo importados - e que, por serem mais caros, costumam ser mais consumidos pelo público de classe A.
Comprada pela Coca-Cola em 2001, a marca do refrigerante cor-de-rosa sempre foi tratada como marca regional pela gigante mundial de bebidas, com comunicação discreta e sem qualquer divulgação nacional. O produto é um "case" de marketing a ser estudado uma vez que contraria os "pês" do marketing: produto, preço, praça e promoção. Na página da Coca-Cola Brasil na internet, por exemplo, o Guaraná Jesus sequer aparece listada entre as marcas da empresa sob a justificativa que não se trata de um produto com distribuição nacional.
Por iniciativa de fabricantes franqueados do sistema Coca-Cola, o "sonho cor de rosa das crianças" (seu antigo slogan) começou este ano a ser distribuído oficialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e no Distrito Federal.
Em maio, a Coca-Cola Femsa, a maior fabricante de refrigerantes do país, anunciou o início da distribuição do Guaraná Jesus em pontos de venda selecionados em cidades de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Com o mercado de refrigerantes em baixa – em 2015, as vendas no país caíram 5,9% na comparação com o ano anterior – e sob a mira das campanhas contra a obesidade, o setor tem apostado na diversificação do portfólio para garantir a manutenção das receitas. O Guaraná Jesus está sendo distribuído em SP, MG e PR apenas na versão em lata de 350 ml, com preço sugerido de R$ 4,65 – praticamente o dobro do que custa os refrigerantes tradicionais da empresa – e será posicionado ao lado de refrigerantes importados como Coca-Cola Cherry e Coca-Cola Vanilla.
Como já publicou o Blog do Refri, atribui-se o nome do produto ao farmacêutico Jesus Norberto Gomes – há relatos de que era ateu - que teria criado o xarope acidentalmente em 1920. Tão secreta quanto a fórmula da Coca-Cola, a lista de ingredientes do “sonho cor de rosa das crianças” é também envolta em mistério. Extratos de guaraná, cafeína, teobromina e teofilina estariam entre as 17 substâncias que dão sabor final ao produto. Dizem também que a animadora de televisão Xuxa Meneghel teria tentado comprar a marca para distribuir sua “Xuxa Cola” por todo o país. Mas a ideia teria esbarrado na negativa da família do criador – do refrigerante, claro. O produto acabou nas mãos da Coca-Cola – que mantém sua produção e distribuição.
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